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terça-feira, 11 de abril de 2017

A CASA CAIU!

A CASA CAIU

“Tem sempre o dia em que a casa cai”, dizia o poeta. Já na Bíblia tá escrito que “nada há encoberto que não venha a ser revelado”, palavras de Jesus. Dizem também que foi Abraham Lincoln quem ensinou que “você pode enganar a todos por algum tempo, alguns o tempo todo, mas jamais enganará todos por todo o tempo”. Na minha juventude ouvia meu pastor aterrorizando a rapaziada: “O diabo ajuda a fazer, mas não ajuda a esconder”. Depois de algum tempo, fiquei com a opção positiva: “Deus repreende os filhos a quem ama”, e nesse caso, quem gosta mesmo de trazer as coisas para a luz é Deus, que tem absoluto interesse em interromper caminhos de destruição e dar novas oportunidades a quem quer que seja.

Infelizmente já vi a casa de muita gente cair. Aprendi que na hora da crise, do desmascaramento, do flagrante ou da denúncia, quando o pecado é revelado e os esqueletos do armário passam a desfilar na calçada, as pessoas se revelam de fato. Algumas poucas bem aventuradas escolhem o caminho da confissão sem justificativas, racionalizações ou transferências de responsabilidades, e simplesmente exclamam “minha culpa, minha culpa, minha máxima culpa”. E depois se entregam a atitudes como pedir perdão, promover reparações e restituições, se humilhar em silêncio diante das vítimas que agridem em revolta vingativa, buscar conselheiros sábios, se submeter à disciplina dos justos (antes de reagir leia o Salmo 141.5), não apressar o tempo de sua própria restauração, vestir saco e cinzas, e calar todas as reivindicações de eventuais direitos que julga possuir. Tudo isso, evidente e muito provavelmentemente, regado a muitas lágrimas e noites em claro.

Os anos me ensinaram que quando a casa cai, o caminho mais curto e o prazo mais breve da restauração implica seguir o conselho do apóstolo (1Pedro 5.6 – AMensagem): “Contentem-se com o que são (digo, admitam o que são) e não empinem o nariz. A mão de Deus é forte e está sobre vocês. Ele os exaltará no tempo certo. Vivam sem preocupação na presença de Deus: ele toma conta de vocês”.

Por Pr. Ed Rene Kivitz

domingo, 9 de abril de 2017

A GRATIDÃO E EXPRESSÃO DE AMOR EM UMA SELFIE




Ação no Hospital Psiquiátrico de Custódia feminino de SP.
Eu aprendi que pequenas boas ações mudam o mundo dentro de nós e ao nosso redor.
Também aprendi que tirar uma selfie ao ajudar uma idosa atravessar a rua pode parecer demagogia, mas se houver centenas de idosas precisando atravessar a rua, então vale a pena tirar uma foto, postar nas redes sociais e mobilizar o máximo possível de pessoas para ajudar. Isso é louvável e totalmente válido.
Nessa manhã, nós fomos as mãos, os pés, os corações e a boa vontade de muita gente que anonimamente se doou e doaram os materiais de higiene pessoal para as pacientes do Hospital Psiquiátrico de Custódia em Franco da Rocha.
O dia amanheceu nublado como um dia típico de Outono em Sampa. Minha esposa e eu nos dirigimos para a casa da senhorinha que há mais de 18 anos visita os presídios de São Paulo levando uma mensagem de mudança de vida, esperança, paz e perdão para os encarcerados. Logo após tê-la encontrado, nós três fomos nos encontrar com a Raylla Eny Matsumori. Nosso destino? Hospital Psiquiátrico de Custódia onde são recolhidas as pessoas que têm algum problema psiquiátrico, psicológico ou transtornos mentais e que cometeram crimes contra a vida. São pessoas enfermas e que estão sendo tratadas e cuidadas pelo Estado.
Era a primeira vez em que minha esposa e a Raylla visitavam um lugar desse tipo.Eu pude notar um sentimento de ansiedade, voluntariedade e apreensão no olhar das duas novatas.
O local é em partes bem diferente de um presídio, há muito verde e é possível ouvir o cantar dos pássaros, há um rio logo na entrada da instituição e suas águas fazem um barulho agradável que destoa dos roncos e buzinas dos carros da grande metrópole, cheiro de mato, de folhas, de ar puro.
Ao entramos, tivemos nossos celulares recolhidos pelos agentes penitenciários, então fomos nos encontrar com um grupo de senhoras, alguns homens junto com um pastor da Igreja Batista Brasileira. Lá nós expusemos todo o material que foi doado através de uma mobilização que a Raylla Eny Matsumori fez junto ao grupo de Softball e seus contatos das redes sociais. Depois de termos os produtos revistados, e de repassarmos as recomendações necessárias, nos dirigimos para o encontro com as mais de 100 pacientes/reclusas que estavam recolhidas em um prédio próprio.
O procedimento de revista foi tranquilo, todos tivemos que passar pelo detector de metais, então entramos por um pequeno corredor. Ouvimos um som pesado de portão de metal se fechar nas nossas costas, pude sentir um pouco da apreensão das duas meninas, me aproximei e tentei tranquilizá-las pedindo que agissem com naturalidade no trato com as detentas/pacientes. Um outro portão de grades se abre a nossa frente e um por um entramos em direção a um grande pátio coberto. Lá nós começamos instalar o aparelho de som e teclado que seria usado para que algumas canções fossem tocadas acompanhadas pelo coral dos irmãos da Igreja Batista.
As mulheres começaram a sair de seus alojamentos e curiosas por ver e conhecer as pessoas que estavam ali a visitá-las, as cumprimentavam,
Canções foram entoadas, o pátio estava totalmente cheio, as mulheres sentavam ao chão e em algumas cadeiras que ali se encontravam. Peguei meu violão e com algumas pacientes do hospital cantamos uma canção juntos, música que diz em sua letra "Pai do céu, me perdoe embora eu não mereça, da-me forças para erguer a cabeça, eu prometo que vou acertar, mas me ajude, me guarde e me ampare, me sustente e me prepare, para quando ao teu lado eu me encontrar", ao fim da música todas estavam visivelmente emocionadas. Elas então me pedem para tocar e cantar a música conhecida "Entra na minha casa, entra na minha vida, mexe com minha estrutura, sara todas as feridas," Fizemos um lindo coral, todas cantavam com muita emoção. Enquanto eu tocava e cantava, pudia ver sentimentos, expressões e vida brotando em um ambiente que produz tristeza, dor, prisão e solidão. Pude ver no olhar daquelas duas meninas que me acompanhavam um misto de alegria, emoção, fé e esperança.
Após aquele momento de louvor, eu falei sobre Ressurreição, em alusão à ressurreição de Cristo. Disse que ressurreição é voltar a viver depois de estar morto. Falei que nós morremos todas as vezes que nos afastamos de Deus, disse que nos afastamos de Deus quando deixamos de sentir a dor do próximo, quando passamos a valorizar mais as coisas e bens materiais, quando perdemos a sensibilidade para com o próximo. Disse também que o Criador nos dá a chance de sermos ressuscitados por Ele para vivermos uma nova vida aqui na terra, uma nova vida com novas atitudes, uma nova vida com novas esperanças e uma nova vida com o perdão, a paz e a salvação que só o Criador pode conceder.
Ao fim daquela programação e demonstração de amor por aquelas pacientes/detentas/presas, nós saímos daquele presidio com o coração cheio de gratidão. Gratidão por termos tido a chance de sermos as mãos, o coração e a boa vontade de todos os que se doaram ao doarem os itens de higiene pessoal, itens esses que irão ajudar as detentas por alguns meses, mas que para nós foi apenas uma forma de levarmos um pouco da mensagem de amor, perdão, paz e salvação.
Obrigado a todos e a todas que contribuíram e se doaram. Que Deus lhes abençoe.
Tony Rimualdo
08 de Abril de 2017
São Paulo - SP
Lua Crescente.

domingo, 2 de abril de 2017

A SURPREENDENTE ARTE DE AMAR



A arte de Amar.

Tudo nessa vida que é feito com inspiração torna-se mais bonito e mais prazeroso pra se fazer.

Um quadro pintado por um artista torna-se bem mais belo quando ele acorda numa linda manhã, pega seus pinceis, suas tintas e caminha rumo à tela, e sem a obrigação de pintar algo, começa e rabiscar, pincelar e misturar cores, formando uma linda paisagem ao pintar um belo cenário.

As mais belas canções são compostas quando seus autores estão apaixonados, ou ansiando por um amor, ou até mesmo, quando sentem falta desse amor.

Amar é uma arte. Não basta estar disponível, não adianta ter todos os argumentos, ser sensível, educado, masculo ou feminina. Pois assim como uma pintura que sai da mente inspirada do autor, o amor também deve acontecer assim, naturalmente.

Percebo que a angústia de querer que o amor venha acontecer apenas atrapalha. É como misturar as cores erradas, é como borrar um quadro e deixar uma mancha feia numa tela de amor que poderia ser linda e perfeita.

O sábio já dizia: "Não acordeis, nem disperteis o amor sem que esse o queira", pois a pressa pode acrescentar uma nota errada na melodia, só o amor é quem sabe o tom as sonancias e dissonâncias adequadas que tornarão essa melodia agradavel à vida.

Amar é uma arte e geralmente a inspiração pra amar chega quando nos pacificamos, quando somos sarados das cicatrizes que mancharam a tela da nossa vida, ou que desafinaram as cordas que dedilham as notas da canção do amor.

Amar é uma arte que é melhor executada quando os instrumentos, que somos nós, estão prontos a serem usados e acredite no que eu digo; a ansiedade, as pressões sociais e emocionais, o medo da solidão e o flerte com a infelicidade servirão apenas para nos desviar da inspiração necessária para praticarmos essa arte, a arte de Amar.

Antoniel Rimualdo (Tony Rimualdo)
02 de Abril de 2012
23:44
Lua crescente.