Quando as pessoas me perguntam sobre minha formação acadêmica e eu respondo que uma delas é em teologia, a grande maioria reage como quem não tem a menor ideia do que um teólogo faz, ou o seu objeto de estudo.
Não, a teologia não é o estudo de Deus, como alguns sugerem. Isso seria impossível por razões simples, o objeto de estudo do teólogo não é palpável e não se permite ser colocado em um tubo de ensaio de um laboratório.
Então do que se trata a teologia? A teologia estuda as manifestações de Deus na criação e as expressões da espiritualidade na humanidade.
A presunção, orgulho e soberba são características comuns em muitos teólogos que pressupõem deter o conhecimento de Deus. No entanto essas características apenas cegam os indivíduos, os impedindo de enxergarem as multiformes manifestações da divindade entre nós.
O teólogo deveria esvaziar-se da arrogância e sair do mofo dos seus livros e pisar com os pés descalços no chão molhado para sentir o cuidado do criador na chuva que cai.
Teólogos deveriam, antes de se aprofundarem nos dogmas e doutrinas de uma religião, se lançar a fazer poesia sobre a dor de uma saudade, sobre a perda de um ente querido, deveriam ouvir os que choram e aprender a se alegrar com o contentamento, ao invés de gananciar status, poderes e bens.
O teólogo é como um cego que tateia os sinais gravados em um livro, e assim ir se deslumbrando e percebendo o Criador.
O teólogo só é útil na sociedade quando ele se integra como parte dela e luta para que os atributos característicos de Deus, como a bondade, justiça e amor sejam estabelecidos entre os humanos. Do contrário, o teólogo se tornará irrelevante, se resumirá a raso repetidor de palavras e ideias que se perderam no tempo.
O teólogo cristão, por sua vez, se caracteriza por levar em sua voz e nas atitudes a mensagem de que o Criador se reconciliou com a sua criação, por meio do seu sacrifício numa cruz.
Antoniel Rimualdo.
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